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domingo, setembro 21, 2003

Sampaio, o turco

No último dia da sua visita oficial à Turquia, Jorge Sampaio quis dar razão a todos quantos afirmaram ser objectivo de Sua Excelência exercitar a diplomacia económica por terras de sultões de vastos haréns.
À falta de ideias para programação da expedição - o André, que se fez constar, em tempos, ter alguma influência sobre a investida recente do Presidente pelos domínios, até aí esotéricos, da economia, é tão-só um jovem turco a quem faltará, naturalmente, paciência e experiência na implementação do ritmo adequado à capacidade presidencial de absorção dos kits enlatados de ciência económica servidos - mais eficazes, do ponto de vista da estratégia e objectivos da esfera empresarial, que a óbvia visita à sede do Banco Europa, opus do engenheiro Jardim Gonçalves, não será de estranhar resultados minguados, que não excederão o reafirmado apoio paternalista às pretensões da Turquia, sem qualquer contrapartida mensurável que favoreça o lado luso da balança comercial, nem ultrapassarão os deleites turísticos privados dos viajantes, inerentes à sua dura função de representação.
Já consciente desta realidade, Sua Excelência mudou de agulha, assestou baterias 180º a oeste e accionou a catapulta em disparos corajosos (nem só o Mata-Mouros atingirá o alcance deste adjectivo) contra a concentração dos media, a política orçamental e outros assuntos de política interna portuguesa, como a interpretação da função presidencial e a necessidade de «consensos mínimos» no actual «ciclo eleitoral» (será que se considera vinculado a tal necessidade?). Ficará na história como o pai da teoria política do marmotear, designação para a diplomacia económica presidencial que, reproduzindo o modelo da pescadinha de rabo na boca, consiste num esforço de contorcionista (curvo-me, respeitosamente, pela abnegação e disponibilidade física do respeitável ancião) de alongamento analítico curvilíneo carecido de evasão libertadora e legitimadora, aventurando-se por areias movediças da política interna, nem que seja em clara exorbitação de estatuto.
O capítulo da concentração dos media é dos mais eloquentes do ponto de vista do abuso de poder presidencial, apresentado pelo jornal Público como avisos e recados dirigidos a «grupos e patrões de comunicação social», numa manifestação de discricionariedade só compatível com uma tutela social que lhe não foi outorgada.
Suponho que esta intervenção tenha sido inspirada no movimento de consolidação do grupo de media Lusomundo da PT. Independentemente do mérito ou censura políticos empregues na apreciação da questão, sempre difíceis porque pretendem superar a racionalidade económica legítima na esfera mercantil, só lamento não se ter ouvido, num momento politicamente mais favorável, condenações semelhantes da boca de Sua Excelência, no decurso de uma qualquer viagem ao Burkina Faso, cuja distância me parece ser de feição. Numa altura em que o seu correligionário Nabo (ele há padrinhos incrédulos e intolerantes que pretendem colar-nos um destino que toda a vida nos obriga a um esforço titânico de negação), incumpridor fiscal apeado do governo e redimido pela confissão a frei Melícias e pela penitência salvífica cumprida no espinhoso calvário da PT, "engoliu" o grupo Lusomundo, com todas as suas estrela mediáticas, numa estratégia de concentração e consolidação de efeitos sectoriais e políticos só comparáveis aos provocados pelas gloriosas nacionalizações revolucionárias e terá valido, ao estratego, a definitiva perdição da sua alma e consequente reabilitação do irredutível padrinho de má memória, uma vez consumado o desmedido pecado da gula.
Através desta conversa intimista havida com os jornalistas, ficamos a saber que o Presidente mantém preocupação com a crise económica, num exercício de ciência política caracterizado pela ideia de «referência de estabilidade e de encorajamento para os grandes problemas nacionais» que o obriga a não «"flutuar" conforme as circunstâncias (os partidos no poder)» (Público). Surpreendentemente, o senhor Presidente afirma o imperativo da consolidação orçamental «que vá para além da legislatura». Muito bem, senhor Presidente! Repita isso no nosso terreiro; eventualmente numa mensagem ao parlamento! Cá estaremos para aplaudir. Deixo, contudo, uma pergunta: por que motivo se impõe tal consolidação nos dias de hoje? Arrisco uma resposta: Porque não foi tão "hirto" e flutuou quando não devia perante os desmandos irresponsáveis do engenheiro-consultor (está garantido o sucesso da política do marinho Presidente brasileiro!).

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Foram elas responsáveis pela paragem que agora se interrompe.

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